Avaliação Fisioterápica em Traumato-ortopedia
(Avaliação Funcional do Sistema Músculo-Esquelético)
Þ Anamnese:
ü Identificação:
Nome:
Obs: Importante para saber as condições ambientais e sócio-econômicas, esforço físico etc.
Idade:
Obs: Na traumato-ortopedia, com a idade nós podemos classificar fechamento de epífise, consolidação. Além disso, algumas fraturas são mais comuns em determinadas faixas etárias.
Exemplos:
Fraturas de punho ® idosos (a extremidade do rádio é muito propensa a osteopenia) Fraturas de colo fêmur ® idosos (devido a osteopenia ou degeneração de artrose ou artrite)
Fraturas dos ossos do carpo ® Relacionadas a praticas esportivas
Fraturas de cotovelo ® infância (queda com extensão do cotovelo ou sobre o cotovelo fletido)
Cor/raça/naturalidade/nacionalidade:
Obs: Não é tão importante para a traumato-ortopedia, é mais importante para a reumatologia. Só vai ter mais propensão se o paciente tiver uma doença de base como raquitismo, vitaminose, anemia falsiforme (mais relacionado à raça negra).
Profissão/ocupação:
Obs: Algumas profissões são mais propensas para determinadas patologias como a tendinite por exemplo. Ale, disso, vai determinar a ênfase que será dada em cada fase da reabilitação. A ocupação é muito importante porque o indivíduo pode ter uma sub-especialização que pode levar a uma maior sobrecarga física.
Grau de instrução:
ü História Clínica:
Q.P.:
Dor, paresia, alteração proprioceptiva, parestesia (formigamento), câimbra, hiperestesia (agulhada) ou hipoestesia (dormência), sinais flogísticos (dor latejante), bloqueio articular.
H.D.A.:
Quando e como ocorreu o trauma?
Quais foram às medidas de primeiros socorros?
Quais foram às medidas clínicas e cirúrgicas?
Evolução (tempo de imobilização; cicatrização; formação de calo ósseo; absorção do processo inflamatório; intercorrências e/ou recidivas; quem é o médico; se já fez fisioterapia, qual foi o tratamento fisioterápico, por quanto tempo e onde; medidas domiciliares; como chegou ou quem indicou a clínica atual)
Obs: Demora na formação do calo ósseo ou na cicatrização é alteração metabólica.
H.P.P.:
Correlacionar patologias dos órgãos e sistemas que podem alterar o tratamento.
Exemplos:
SNC ® Isquemia cerebral
SNP ® Lesões obstétricas
Cardio-Pulmonar ® Enfizemas
Cardio-Vascular e Angiológico ® Vasculites, flebites
Gastro-Intestinal ® Ulcerações, digestão, absorção de cálcio pelo intestino
Gênito-Urinário ® Meio contraceptivo (excesso de anticoncepcionais pode alterar a absorção de cálcio), menstruação (menarca e menopausa), tumor de próstata (pode fazer metástase óssea), ácido úrico (em excesso pode levar a cálculos renais de repetição), DST (podem gerar alguns tipos de artrite), HIV
Endócrino ® Diabetes, tireóide e paratireóide (podem levar a distúrbios da absorção de cálcio), supra-renais, hipófise
Músculo-Esquelético ® Outras fraturas, tendinites de repetição, escoliose, pé plano
Reumatologia:
As patologias reumáticas geralmente atingem o tecido conjuntivo, e tecido conjuntivo tem em todo lugar, ou seja, poucas são as áreas que não vão ter tecido conjuntivo.
Exemplo:
Uma artrite reumatóide na febre reumática pode ter no seu quadro, coagulopatias, insuficiência valvular, estenose, etc, então, na hora da cinesioterapia terá que dar uma sobrecarga menor, é um cuidado a mais que tem que ter.
Algumas patologias reumáticas evoluem para pericardites, miocardites. A dermatomiosite evolui para pleurite por exemplo, então, é um cuidado a mais que tem que ter.
H. Fisiológica.:
É irrelevante para a traumato-ortopedia e a reumatologia.
H. Familiar (pessoas do convívio)
H. Família (ascendentes, descendentes e colaterais)
São importantes a espondilite anquilozante, a gota, a anemia falsiforme, doenças hematológicas, a hanseníase (tem componente mais periférico mas com o tempo pode acarretar problemas articulares – artrose por sobrecarga articular).
H. Social.:
Tipo de moradia, saneamento básico, tipo de casa, quantas pessoas moram na casa, tipo de alimentação, onde dormem, tabagismo, etilismo, drogas ilícitas, qualidade sócio-econômica, tipo de condução, AVD’S (dificuldades para atividades do dia-a-dia como se vestir, fazer a higiene).
A diferença entre a traumato-ortopedia e a reumatologia é que na traumato-ortopedia, geralmente se tem desequilíbrio da estrutura músculo-esquelética devido a uma imobilização ou por um trauma, ou seja, por alguma lesão do esqueleto propriamente dito; já na reumatologia as patologias são evolutivas e crônicas.
Na traumato-ortopedia nós vamos querer ganhar cada grau de amplitude aticular, já na reumatologia nós queremos função.
ü Exame Físico:
§ Inspeção (só olhar):
- Coloração (palidez, cianose, necrose)
- Hiperemia (pode determinar um processo inflamatório e/ou infeccioso)
- Marcha (apenas definir o padrão de marcha)
- Aumento de voluma em determinada região
- Deformidades
- Trofismo
- Simetria
- Herniação muscular ® Quando a fáscia rompe e passa o ventre muscular
§ Palpação:
- Localização de pontos dolorosos
TENDER POINT: Dor localizada (pontos localizados onde se tem um aumento de tensão, uma disfunção miofascial)
TRIGGER POINT: Dor irradiada ou referida (ponto de gatilho onde se tem uma disfunção miofascial, porém, quando faz a palpação à dor se espalha)
- Níveis de aderências interteciduais
- Pontos de tensão na musculatura em geral
- Tônus muscular (comparar alteração proprioceptiva para contratibilidade)
Obs: Não é para falar sobre tônus neurogênico onde se pode ter uma hipertonia piramidal (hipertonia elástica – sinal de canivete – ao tentar tirar o padrão, vai seder mas ao soltar, vai fechar novamente, ou seja, vai ter uma contração seguida) ou uma hipertonia extrapiramidal (hipertonia plástica – sinal da roda denteada – se tem maior resistência muscular mas se consegue, durante o arco de movimento, ir reduzindo gradativamente essa resistência), e sim falar sobre o tônus relacionado com a hipoatividade (flacidez muscular por hipoatividade), relacionado com a propriocepção (ver as qualidades contráteis do músculo).
§ Movimentação:
- Arco de movimento através da goniometria
- Aderências que restringem o movimento (END FELL - sensação final do movimento)
Os movimentos podem ser divididos em dois grupos:
¬ Osteocinemática:
Movimentos amplos, que fazem alavanca
¬ Artrocinemática:
Movimentos intra-articulares.
Graus de Mobilização articular (artrocinemática):
Grau 1: Vai do início do nível de mobilidade articular até ¼ (do repouso até ¼ inicial).
Utilizado para analgesia.
Grau 2: Vai do início até a metade do nível de mobilidade articular (do ¼ inicial até a metade).
Utilizado para analgesia.
Grau 3: Vai da metade até o final do nível de mobilidade articular (vai até o final e volta a metade).
Utilizado para ganho de arco de movimento.
Grau 4: Vai do ¼ final até o final do nível de mobilidade articular (vai até o final e volta até ¼ final).
Utilizado para ganho de arco de movimento.
Grau 5: THURST, ultrapassa o limite estrutural da articulação (estalidos).
Essa mobilização é usada tanto para fazer testes (ver nível de mobilidade que uma articulação tem) quanto para tratamento.
Para usar essa mobilização em forma de teste, você vai ver a sensação que você tem quando mobiliza (END FELL).
Esse END FELL pode ser por três situações:
¬ Tendinoso:
Semelhante a elástico frouxo (é mais fácil de ganhar o arco de movimento).
¬ Capsular:
Semelhante a couro (puxa mas tem resistência, vai ter lentidão para ganhar o arco de movimento).
¬ Ósseo:
Semelhante a madeira (pouco prognóstico, não tem espaço articular para ganho do arco de movimento)
Obs: Isso vai depender do movimento intra-articular; o movimento amplo vai ser restrito pelo movimento pequeno.
- Nível de encurtamento muscular
§ Testes Específicos:
Para direcionar melhor o programa de tratamento.
anemia falciforme
ResponderExcluirMuito bom, obrigada!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMaravilhoso, obrigada por compartilhar seus conhecimentos.
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