terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A importância da Mobilização precoce na Unidade de tratamento Intensivo.

A importância da Mobilização precoce na Unidade de tratamento Intensivo.

Há 30 anos, a mobilização precoce tem mostrado redução no tempo para desmame de ventilação e é a base para a recuperação funcional do paciente na UTI 1,2. Houve uma firmação do profissional fisioterapeuta dentro desta área tão restrita que é a UTI, antes visto apenas pelo manejo ventilatório. Atualmente o enfoque é outro, e mais importante vem sendo dada a mobilização precoce do paciente no leito. Pois o objetivo da fisioterapia é minimizar a perda de mobilidade, melhorar a independência funcional e facilitar o desmame 2.

É um procedimento viável e seguro, que promove aumento da força muscular, aumentando assim a resistência do paciente e melhora do quadro respiratório e motor. A mobilização precoce inclui atividades terapêuticas progressivas, tais como, exercícios motores na cama, sedestação à beira leito, ortostatismo, transferência para a cadeira e deambulação.

Posicionamento adequado no leito, pode ser usado com o objetivo fisiológico de otimizar o tansporte de oxigênio, através do aumento da relação V Q, aumento dos volumes pulmonares, redução do trabalho respiratório, aumento da clearense mucociliar, etc. Os exercícios passivos, ativo-assistidos e resistidos, visam manter a integridade articular, muscular e diminui os riscos de tromboembolismo.

Outros agravantes como: imobilidade, descondicionamento físico e fraqueza, são problemas comuns em pacientes com insuficiência respiratória ventilados mecanicamente e podem contribuir para o prolongamento da hospitalização. Pacientes em VM prolongada, frequentemente apresentam fraqueza da musculatura periférica e respiratória, o que prejudicam seu estado funcional e sua qualidade de vida 3.

Bailey et al, 2010, foi o único a demonstrar detalhes na segurança e na viabilidade de se iniciar uma atividade precocemente. Segundo ele, a atividade precoce em pacientes com insuficiência respiratória é viável e não apresentou a necessidade de aumentar a equipe da UTI, mas apenas exigiu-se a elaboração de uma equipe multidisciplinar como parte das rotinas diárias, tais como: Fisiatras, Fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, fisiologistas, enfermeiros,etc.

A mobilização precoce é uma área nova e com poucas evidências até o momento. No entanto, recentes estudos tem confirmado que a mobilização em pacientes ventilados mecanicamente ou não, tem sido seguro e viável, diminuindo o tempo de internação na UTI, que é o principal objetivo da fisioterapia, fazer o paciente retornar a funcionalidade e independência do mesmo1,2,3.

Palavras-chave: Fisioterapia, Imobilização, Unidade de Tratamento Intesivo.

Referências: - 1. REVISTA BRASILEIRA de terapia intensiva, 2009;

- 2. STILLER K. Physiotherapy in intensive care: towards na evidence based pratice.Chest;

- 3. KRESS J.P. Clinical Trial of early mobilization of critically ill patients. Crit Care Med. 2009;

- 4.Mobilidade Funcional.blogspot.com

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA

DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA

Introdução

Desmame é o processo transitório entre o suporte da ventilação mecânica artificial e a espontânea, pode ser realizada de maneira súbita ou gradual. Na maioria das vezes, o suporte é retirado de maneira súbita, logo após a estabilização do motivo que levou à ventilação mecânica. Quando o desmame é gradual, promove-se a reabilitação dos músculos respiratórios através da redução progressiva do suporte ventilatório, porém 5% a 30% destes pacientes em ventilação mecânica evoluem para um desmame difícil, ou seja, quando o paciente permanece em ventilação mecânica por um período maior que 14 a 21 dias ou quando o mesmo necessita retornar ao suporte ventilatório em menos de 24 horas para descanso da musculatura respiratória. (CORDEIRO,2007)

CAUSAS PARA DEPENDÊNCIA DO SUPORTE VENTILATÓRIO

A disfunção respiratória, à disfunção cardiovascular, à disfunção neurológica, à alteração psicológica e à alteração nutricional. A disfunção respiratória ‘geralmente causada por alterações da função ventilatória, das trocas gasosas e das propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. A cardiovascular pode ocorrer pela perda da função contrátil do miocárdio, pela alteração da perfusão ou pelo aumento da demanda de O2 pelos tecidos. A neurológica pode estar ligada ao (SNC), ou seja,pela disfunção do estimulo à ventilação (drive ventilatório) e pela passagem do estimulo nervoso pelas vias centrais( ex: coluna vertebral) ou pela alteração da condução nervosa pelos nervos periféricos, principalmente nas patologias que afetam a condução nervosa para os músculos ventilatórios. As alterações psicológicas, como o estresse e o medo, podem levar o paciente a se tornar dependente da ventilação mecânica. Como a função contrátil dos músculos ventilatórios depende de sua nutrição, um déficit nutricional pode gerar dependência da assistência ventilatória. (PRESTO,2009)

CONDIÇÕES PARA INTERRUPÇÃO DO SUPORTE VENTILATÓRIO

· Revisão da causa que levou ou mantém a necessidade de ventilação mecânica

· Drive ventilatório

· Estabilidade hemodinâmica

- FC<140bpm

- Ausência de isquemia miocárdia

- Ausência de hipotensão (drogas vasoativas: doses <5 mg/Kg/min)

· Temperatura

-Ausência de febre ( Temperatura <38° C)

· Hemoglobina (Hb)

-Hb>8-10 g/dl

· Equilíbrio acidobásico

-pH > 7,25

· Nível de consciência

-Equivalente ou próximo àquele antes da intubação

-Ausência de infusão de sedativos

-Glasgow 13

· Estabilidade metabólica

-Exames laboratoriais nos valores aceitáveis

· Trocas gasosas satisfatórias

-PaO2> 60mmhg comFiO2 < 0,4-0,5 e PEEP < 8 cmH20

-PaO2/ FiO2 >150-200

· Capacidade de proteger as vias aéreas

-Tosse eficaz

· CV > 20 ml/kg

· PImax < - 40 cmH2O

· PImax > 60 cmH2O

· Fluxo expiratório > 160 L/mim

· Ausência de obstrução das vias aéreas superiores

-Teste de escape do cuff > 110ml

· Pouca quantidade de secreção nas vias aéreas

-Necessidade de aspiração com frequência superior a 2 horas

Indicativos de falha no processo do desmame: Alterações no nível de consciência ( sonolência, torpor, coma), desconforto, sudorese, aumento do trabalho respiratório.

As principais técnicas usadas para o desmame gradual são: O tubo T, a ventilação mandatória intermitente (IMV/SIMV) e a ventilação com pressão de suporte (PSV).

Protocolo baseado em evidências

Atualmente, a descrição do processo de desmame envolve alguns passos para tentar aumentar as probabilidades de sucesso no desmame e interrupção definitiva do suporte ventilatório. Em primeiro lugar sugere-se a adaptação de um protocolo, que deve ser desenvolvido por toda equipe multiprofissional, para avaliar se o paciente pode ser submetido ao TVE (peça T ou PSV). Este protocolo geralmente leva em consideração o estado neurológico do paciente, a resolução ou estabilidade da causa que mantém a necessidade de ventilação, troca gasosa adequada, estabilidade hemodinâmica e drive ventilatório. Caso haja critérios favoráveis na avaliação, submete-se o paciente ao TVE por no mínimo 30 minutos em PSV ou peça T, observando-se o padrão ventilatório, a troca gasosa , hemodinâmica e o conforto do paciente. Caso o paciente passe no TVE, ele pode ser submetido, por exemplo, à avaliação da capacidade de proteção das VA. Em seguida aqueles que superaram estes critérios são extubados. No caso de falha no TVE, deve-se permitir o repouso dos músculos ventilatórios por no mínimo, 24 horas e executar um novo TVE logo que o paciente possua critérios favoráveis.

O objetivo deste estudo é demostrar de forma didática, como promover um desmame seguro, chegando até a interrupção definitiva do suporte ventilatório, levando em consideração os níveis de evidências científicas para as diversas etapas do processo de desmame. É importante ressaltar que, atualmente , ainda não existe um parâmetro que preveja o sucesso do desmame todos os casos.

REFERÊNCIAS

PRESTO, 2009. FISIOTERAPIA NA UTI.

Sarmento, 2007.FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA

CORDEIRO,2007. FISIOTERAPIA INTENSIVA

Disponível em: http://www.sobratimanaus.com/produ%C3%A7%C3%B5es-cient%C3%ADficas.php

Esp: Lúcia Gorette Ferreira Silva

O site da Fisioterapia em Manaus

Vídeo da clínica de reabilitação funcional de manaus