As lesões do LCA ocorrem principalmente durante a prática de desportos como futebol, basquetebol e esqui, nos quais o pé está fixo ao solo e a perna é rodada com o corpo.
A incidência deste tipo de lesões tem vindo a aumentar no sexo feminino, crianças, adolescentes e adultos com idades mais avançadas. Isto ocorre devido ao maior envolvimento desses indivíduos com práticas desportivas colectivas e que implicam a realização de movimentos de desaceleração brusca e mudanças de direcção. Se compararmos homens e mulheres de uma mesma faixa etária que praticam a mesma actividade desportiva, podemos verificar que as mulheres, devido a particularidades anatômicas, hormonais, etc, se tornam mais suscetíveis a apresentar lesão do LCA.
Assim, podemos concluir que nem a idade nem o sexo são factores de prognóstico de quem vai desenvolver instabilidade anterior do joelho.
O diagnóstico baseia-se na história e no exame clínico do joelho. Segundo diversos autores o exame físico deve ser iniciado examinando-se em primeiro lugar o joelho sadio dado que assim o doente vai-se sentir mais confiante e seguro quando se partir para a avaliação do joelho lesado. O exame físico deve compreender manobras de inspecção, nas quais se vai avaliar a marcha, arco de movimento, posições antálgicas, presença de edema, hematoma e atrofia muscular (principalmente do quadrícepete).
Após a inspecção, passa-se à palpação que tem como objectivo avaliar os pontos de dor, derrames articulares, processos inflamatórios e crepitação local. Depois de concluída a inspecção e a palpação passa-se à execução de testes específicos para avaliação da integridade do cruzado anterior (ex. teste da gaveta anterior). A ressonância magnética é o exame mais confiável que pode auxiliar no diagnóstico de rupturas ligamentares e de lesões meniscais, no entanto, a sua realização e interpretação necessita de grande experiência. Em suma, uma boa história com um exame físico completo e detalhado são ainda o melhor método de diagnóstico das lesões do ligamento cruzado anterior, embora os exames complementares auxiliem as informações clínicas.
As lesões do ligamento cruzado anterior ocorrem geralmente após entorses seguidas de derrames, na maior parte das vezes sanguilentos (hemartrose). A sua ruptura é a lesão mais comum nos jogadores de futebol.
O mecanismo clássico de lesão do LCA é de uma torção com o pé fixo no solo (cadeia cinemática fechada), o que provoca uma deslocação da tíbia anteriormente em relação ao fémur. Porém outros tipos de traumatismos também podem levar a lesões do LCA, principalmente durante a pratica desportiva.O LCA pode ser lesado em toda a sua circunferência ou apenas numa percentagem da mesma. As lesões parciais são frequentes, pois levam a incapacidade temporária podendo ser estáveis e não havendo ruptura na sua evolução.
ruptura do ligamento cruzado anterior é uma lesão frequente, invalidante e evolutiva, ocupando o tratamento cirúrgico e a fisioterapia um lugar essencial nestes casos.
O tratamento cirúrgico tem apresentado um grande desenvolvimento nos últimos anos, devido ao avanço tecnológico nas alternativas de enxerto e métodos de fixação. O tratamento é realizado através da substituição do ligamento lesado por um enxerto substituto. Este enxerto pode ser uma parte do tendão rotuliano, ou tendões dos isquiotibiais, do próprio paciente ou enxertos de cadáveres (ex.: tendão calcâneano). A sutura directa do ligamento rompido não apresenta bons resultados. O objectivo na cirurgia é colocar o enxerto substituto na localização e tensão do ligamento original. O enxerto pode ser fixado através de parafusos, fios, pinos e arruelas.
Quando se está perante uma ruptura do ligamento cruzado anterior a prática de desporto não é aconselhada, dado que o joelho encontra-se instável. O tratamento conservador (não cirúrgico) é executado em pacientes mais idosos, sem a ambição de praticar desporto, e é realizado através da fisioterapia, com fortalecimento dos músculos que ajudam a impedir a anteriorização da tíbia. A ruptura do ligamento muitas vezes favorece as lesões meniscais, sendo necessário recorrer-se à reconstrução do ligamento antes destas aparecerem. Nestes casos, se possível, o tratamento cirúrgico visa uma sutura da lesão meniscal associada a uma reconstrução ligamentar.A evolução de uma lesão não tratada do LCA num jovem desportista traduz-se no aparecimento de Artroses (desgaste da cartilagem) vinte a trinta anos mais tarde após a lesão inicial. Nas lesões agudas, o exame é difícil devido à dor (de intensidade variável devido à tensão que o edema provoca na cápsula) e ao espasmo muscular. A presença de hemartrose leva à grande suspeita de lesão do ligamento cruzado. Nestes casos, o melhor tratamento é a cirurgia, onde se vai proceder à reconstrução do ligamento. No entanto, após reconstrução do ligamento é fundamental a fisioterapia, actuando com o objectivo de diminuir a sintomatologia apresentada pelo doente. Assim, uma vez que o utente apresenta inflamação, o nosso primeiro passo a dar vai ser no sentido de diminuir essa inflamação, e para tal pode-se utilizar como meio de tratamento o gelo, a drenagem linfática e a elevação. Durante este estádio também podem ser realizados movimentos passivos e activos dentro da amplitude não dolorosa (grau A) e o treino proprioceptivo. Como consequência da intervenção cirúrgica muitas vezes surgem atrofias musculares do quadricipete, isquiotibiais, adutores e abdutores da coxa e por vezes dos gémeos. Quando estas atrofias estão presentes é necessário o fortalecimento desses músculos, assumindo aqui a electroterapia um papel fundamental. Durante o processo inflamatório e enquanto não se restabelece completamente a amplitude de movimento, o uso de muletas torna-se essencial para a descarga parcial do peso.
discussão, conhecimento e atualidades em fisioterapia. Mostra o dia a dia desta profissão tão nobre e peculiar. O profissionalismo e a busca incessante pelo conhecimento a ser transferido aos nossos pacientes. Contato: xavierdaniel@hotmail.com
sábado, 30 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Protocolo acelerado pós-meniscectomia parcial de joelho
O protocolo de reabilitação do joelho utilizado como base para o tratamento dos casos clínicos caso apresentava as seguintes fases:
FASE 1: fase imediata após cirurgia.Objetivos: Redução de edema e derrame articular; redução processo álgico (analgesia); melhora ADM articular femuro-tibial/femuro-patelar; extensão completa; fortalecimento de grupos musculares adjacentes ao joelho (talo crural/coxo femural); flexibilidade.
FASE 2: fase de proteção primaria deambulação. Objetivos: reduzir dor e edema, reestabeler movimento articular do joelho, fortalecer grupos musculares mono e bi-articulares da articulação do joelho e articulações adjacentes, flexibilidade e progressão para apoio total de peso sem muletas.
FASE 3: fase de proteção moderada, fortalecimento da musculatura de membro inferior (exercícios em cadeia cinética fechada e inicio do treinamento proprioceptivo).
FASE 4: fase de fortalecimento muscular, progredir para corrida em esteira, pista ou rua, avaliação de sintomas e retorno às atividades esportivas sem contato, inícios de exercícios pliométricos.
FASE 5: fase de atividade livre e continuar fortalecendo a musculatura do membro inferior, iniciar treino de agilidade, iniciar nível básico de treinamento de técnicas especificam do esporte (avaliação do sintoma e retorno às atividades esportivas
de contato).
FASE 6: Preparação para alta fisioterapêutica Objetivos: Total independência funcional, Liberação para retomada às atividades esportivas, treino de habilidades específicas, agilidade, endurance e alta fisioterapeutica.
Tabela 1 – Protocolo sugerido e dividido em 6 fases.
As sessões de fisioterapia tiveram a duração de 1 hora e trinta minutos diariamente, 5 vezes por semana, excetuando-se os fins de semana e feriados.
No primeiro dia de liberação para a fisioterapia assim como ao final do terceiro mês de reabilitação aplicamos um questionário desenvolvido em Cincinatti (EUA) por Noyes e colaboradores (ANEXO 1), que atribui notas a diversos itens relacionados à dor, falseio e capacidade de deslocamento, como parâmetro comparativo quantificando e qualificando a progressão da reabilitação dos pacientes pós meniscectomia.
Autor: Daniel Xavier
Artigo integra:http://www.webartigos.com/articles/14545/1/intervencao-e-evolucao-de-militares-da12-regiao-militar-submetidos-a-meniscectomia-parcial-a-realidade-vivenciada-no-hospital-geral-do-exercito-de-manaus-hgem/pagina1.html
FASE 1: fase imediata após cirurgia.Objetivos: Redução de edema e derrame articular; redução processo álgico (analgesia); melhora ADM articular femuro-tibial/femuro-patelar; extensão completa; fortalecimento de grupos musculares adjacentes ao joelho (talo crural/coxo femural); flexibilidade.
FASE 2: fase de proteção primaria deambulação. Objetivos: reduzir dor e edema, reestabeler movimento articular do joelho, fortalecer grupos musculares mono e bi-articulares da articulação do joelho e articulações adjacentes, flexibilidade e progressão para apoio total de peso sem muletas.
FASE 3: fase de proteção moderada, fortalecimento da musculatura de membro inferior (exercícios em cadeia cinética fechada e inicio do treinamento proprioceptivo).
FASE 4: fase de fortalecimento muscular, progredir para corrida em esteira, pista ou rua, avaliação de sintomas e retorno às atividades esportivas sem contato, inícios de exercícios pliométricos.
FASE 5: fase de atividade livre e continuar fortalecendo a musculatura do membro inferior, iniciar treino de agilidade, iniciar nível básico de treinamento de técnicas especificam do esporte (avaliação do sintoma e retorno às atividades esportivas
de contato).
FASE 6: Preparação para alta fisioterapêutica Objetivos: Total independência funcional, Liberação para retomada às atividades esportivas, treino de habilidades específicas, agilidade, endurance e alta fisioterapeutica.
Tabela 1 – Protocolo sugerido e dividido em 6 fases.
As sessões de fisioterapia tiveram a duração de 1 hora e trinta minutos diariamente, 5 vezes por semana, excetuando-se os fins de semana e feriados.
No primeiro dia de liberação para a fisioterapia assim como ao final do terceiro mês de reabilitação aplicamos um questionário desenvolvido em Cincinatti (EUA) por Noyes e colaboradores (ANEXO 1), que atribui notas a diversos itens relacionados à dor, falseio e capacidade de deslocamento, como parâmetro comparativo quantificando e qualificando a progressão da reabilitação dos pacientes pós meniscectomia.
Autor: Daniel Xavier
Artigo integra:http://www.webartigos.com/articles/14545/1/intervencao-e-evolucao-de-militares-da12-regiao-militar-submetidos-a-meniscectomia-parcial-a-realidade-vivenciada-no-hospital-geral-do-exercito-de-manaus-hgem/pagina1.html
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