domingo, 9 de outubro de 2011

RESPIRAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA INTERMITENTE – RPPI

RESPIRAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA INTERMITENTE – RPPI

A RPPI foi introduzida como uma modalidade clínica por Motley em 1947, onde foi amplamente utilizada e tornou-se bem popular tornando-se a principal terapia respiratória até 1970. Em 1980 o Respiratory Care Committee of the American Thoracic Society (ATS) elaborou orientações para o uso racional da RPPI. Recentemente a American Association for Respiratory Care (AARC) estabeleceu uma orientação prática para a terapia com RPPI, onde exige que os pacientes sejam bem escolhidos, as indicações e objetivos sejam bem definidos e que o tratamento seja administrado e monitorizado por um Fisioterapeuta experiente.

A RPPI se refere à aplicação de Pressão Positiva Inspiratória a um paciente respirando espontaneamente como uma modalidade terapêutica intermitente ou de curto prazo.

A técnica é muito utilizada como terapia de reexpansão pulmonar e tem por objetivos principais o aumento do volume corrente e consequentemente aumento do volume minuto, otimizando as trocas gasosas e pode ser indicada para os pacientes com atelectasia diagnosticada clinicamente e não responsivos a outras terapias. A RPPI também pode ser útil aos pacientes que apresentam alto risco de atelectasia, principalmente no período pós operatório e que não são capazes de cooperar com técnicas mais simples. Pode-se associar a técnica às posições de drenagem para otimizar a eliminação de secreções pulmonares e direcionar a ventilação pulmonar no caso de áreas de hipoventilação para obtenção de melhores resultados.

As contra-indicações incluem: pneumotórax não tratado, pressão intracraniana > 15mmHg, instabilidade hemodinâmica, fístula traqueoesofágica, cirurgia esofágica recente, evidências radiográficas de bolhas, cirurgia oral ou facial recente, singultação, náuseas, abscesso pulmonar, hemoptise ativa e tumor brônquico.

Como em qualquer intervenção clínica, certos riscos e complicações podem ser associados à RPPI, e requer uma avaliação precisa para sua identificação em seus estágios inicias.

Os riscos incluem: aumento da resistência da vias aéreas, barotrauma pulmonar, infecção nasocomial, alcalose respiratória, hiperoxia, comprometimento do retorno venoso, distensão gástrica, aprisionamento de ar, auto-PEEP, hiperdistensão e dependência psicológica.

A administração requer um planejamento preliminar onde a necessidade da sua aplicação é determinada através de dados diagnósticos e os resultados terapêuticos esperados são atingidos. Uma vez presente a necessidade da realização da RPPI o Fisioterapeuta deverá fazer uma avaliação inicial minuciosa, a fim de, individualizar o tratamento e para ficar atento a possíveis complicações. A avaliação consistira em: aferição dos sinais vitais, observação da aparência e do sensório do paciente, padrão respiratório e ausculta pulmonar.

A aplicação da RPPI no paciente irá depender previamente da preparação do equipamento, onde é necessário garantir que todos os componentes estejam funcionando e principalmente observar se há vazamentos no sistema.

Após a checagem inicial do equipamento o paciente deverá ser orientado quanto a aplicação da técnica, sobre os benefícios, possíveis resultados ao aplicá-la e deixar bem claro que a técnica é efetiva com a colaboração total do mesmo. E, no momento da RPPI o paciente deverá ficar na posição semi-fowler.

A abordagem inicial com a RPPI é a colocação da máscara no paciente orientado e colaborativo. A máquina será ajustada para que o paciente faça uma inspiração com o mínimo de esforço e com objetivo de realizar 6 irpm com a R/I:E de 1:3 ou de 1:4 . A pressão inicial é ajustada entre 10 e 15 cmH2O podendo variar conforme o tratamento e os ajustes dos parâmetros será realizado mediante o objetivo da terapia e pelos valores do volume corrente. Lembrando que: na terapia RPPI esperasse um VC de 10 a 15 ml/kg de peso corporal, sendo então, muitas vezes realizado o aumento gradual e tolerável da pressão. Geralmente a terapia com dura em torno de 15 a 20 minutos e em pacientes em terapia intensiva a repetição da terapia pelo menos a cada 72 horas.

Depois da aplicação avalia-se novamente o paciente, relata e registra os acontecimentos no prontuário e aguarda as respostas conforme os objetivos e a condição clínica do paciente.

Referências:

FRANÇA, Eduardo. et al. Força tarefa sobre a fisioterapia em pacientes críticos adultos: diretrizes da Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Disponível em: www.amib.org.br/pdf/DEFIT.pdf. Acesso em: 11 set 2011 às 19:04hs.

Respiração por Pressão Positiva Intermitente. Disponível em: HTTP://analgesi.co.cc/html/t7393.html. Acesso em: 18 abr às 13:43hs.

SARMENTO, G. J. V.; RAIMUNDO, R. D.; FREITAS, A. Fisioterapia Hospitalar Pré e Pós Operatórios. Editora: Manole, São Paulo, 2009.

SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico. 3° ed. Editora: Manole, São Paulo, 2010.

SCANLAN, Craig. et al. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 8°ed. Manole. SãoPaulo. 2009.

Esp. Helena Barbosa e Patrícia Rocha.

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